A Ordem dos Psicólogos Portugueses(OPP) vem por este meio expressar a sua profunda indignação face à inércia do Ministério da Saúde em relação aos mais recentes acontecimentos em torno do término da contratação de 23 psicólogos, no próximo dia 31 de Julho de 2010, actualmente ao serviço do Hospital de Júlio de Matos, em Lisboa.
Durante anos, estes psicólogos sujeitaram-se a condições de trabalho precárias, promovidas pelo próprio Ministério da Saúde,c om contratações sucessivas sem vínculo à entidade, num contexto de desigualdade, sem quaisquer garantias de continuidade e sem que fossem abertos, desde 2001, quaisquer concursos para estágios de carreira.
É absolutamente incompreensível que os serviços públicos assegurados por psicólogos, que têm uma abrangência de aproximadamente 160.000 pessoas, sejam postos em causa por questões de carreiras e contratação, da única e exclusiva responsabilidade do Ministério da Saúde. É muito urgente que a população veja salvaguardada a sua saúde mental, através de medidas exemplares de rigor no exercício profissional e promoção de estratégias de auxílio adequadas.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses considera inaceitável que o Ministério da Saúde coloque em risco os serviços prestados pelos psicólogos a vários milhares de pessoas, permitindo que possam vir a ser encerrados serviços fundamentais, actualmente em funcionamento, com base em especificidades legais e contratuais que prejudicarão mais do que os psicólogos a população portuguesa.
Deste modo, a Ordem dos Psicólogos, considera essencial uma resposta rápida do Ministério da Saúde, no sentido da correcção desta situação, garantindo os Psicólogos necessários ao regular funcionamento dos serviços de saúde mental, salvaguardando a missão e interesse público do seu trabalho, perante os cidadãos.