A Ordem dos Psicólogos Portugueses já manifestou à Ministra da Educação a sua preocupação com a diminuição da qualidade dos serviços de psicologia prestados nas escolas, decorrente da colocação tardia de psicólogos. Este atraso torna impossível potenciar muito do trabalho planeado para o início do ano lectivo, o que se traduz em prejuízos de eficácia, que podem afectar o sucesso escolar e o bem-estar dos alunos, bem como colocar em risco a aplicação de um conjunto de programas e valências cruciais para o bom funcionamento da rede escolar.
A OPP salienta que a acção do Psicólogo não pode ser encarada unicamente do ponto de vista remediativo e de intervenção na crise, sendo do ponto de vista académico, emocional e mesmo económico, crucial a intervenção preventiva. Desta forma, o aumento de serviços de psicologia disponíveis nas escolas não pode ser dissociada da diminuição dos níveis de insucesso e abandono escolar. A formulação recente, pela Ministra da Educação, das metas de redução de abandono e insucesso escolar, bem como a identificação precoce de perfis de competência e fortalecimento da oferta do ensino profissional no Secundário, enquadram-se perfeitamente com a acção que os serviços de psicologia têm desempenhado nas escolas.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses alerta ainda, que o prolongar da paralisação destes Serviços de Psicologia põe em causa o regular funcionamento das escolas, visto o enquadramento administrativo e legal das escolas exigir a acção do Psicólogo para o seu regular funcionamento em actos como: pareceres relativamente a Necessidades Educativas Especiais, elaboração de planos de recuperação, orientação escolar e profissional, entre muitas outras intervenções.