Colegas,
Em nome da Direcção da Ordem dos Psicólogos Portugueses desejo-vos a todos um bom ano de 2012.
Sabemos pela situação que o país vive que se tratará de um ano especialmente difícil para muitas pessoas, pelas condições económicas e sociais que têm de enfrentar. Também sabemos que as perspectivas que nos apontam são pouco esperançosas face ao futuro.
Nós psicólogos temos a experiência de lidar com as crises nos mais diversos contextos. Podemos e devemos disponibilizar o que sabemos para ajudar a produzir as mudanças que nos ajudarão a enfrentar momentos difíceis.
Sobretudo, podemos contribuir para que as pessoas não sucumbam a um constante bombardeamento de notícias negativas, muitas vezes amplificadas para satisfazer objectivos diversos, e possam encarar com realismo as suas condições de vida, mas também com esperança.
As crises, como sabemos são avassaladoras pela diversidade de sentimentos negativos que despertam. E desejamos terminar de imediato com esses sentimentos, muitas vezes abraçando soluções que são apenas pequenos paliativos. Estamos todos cansados de ouvir dizer que as crises são oportunidades. É verdade que as crises são momentos de transformação, tanto positiva como negativa. Para que a generalidade da transformação não seja negativa é necessário desenvolver aquilo que são as nossas potencialidades enquanto temos os meios e as forças necessários. É preciso direccionar as nossas forças mais criadoras para encontrar as respostas que nos ajudam na resolução dos problemas.
Os psicólogos podem dar um contributo muito relevante neste momento. O estudo do comportamento humano ajuda-nos a compreender e a intervir nos diversos contextos, e temos de afirmar que nada do que é humano e de comportamento nos é estranho. A sociedade como conjunto de pessoas com vivências, pensamentos, motivações e acções precisa do conhecimento dos psicólogos, precisa de poder dispor do que sabemos para alcançar os seus objectivos.
No ano em que realizamos o nosso 1º Congresso desejo que este possa ser uma clara afirmação da nossa vitalidade e da vontade de contribuir. A julgar pelo número elevado de psicólogos que entregaram as suas propostas de comunicação, começámos muito bem esse desejo de afirmação.
Mas se o Congresso será o ponto maior e mais visível, é necessário que esta afirmação dos contributos da Psicologia se faça todos os dias, nas mais diversas situações. Temos de fazer este esforço comum, e demonstrar que podemos ajudar na procura de soluções para os tempos de crise.
A Ordem continuará a contar com todos vós, e está empenhada na defesa da profissão e dos utilizadores da psicologia.
Reafirmo os votos de um bom ano.
Telmo Mourinho Baptista