"É com muito gosto que aqui estou, agora com este enquadramento. Foi por proposta da Ordem dos Psicólogos que este ponto que consta da lei relativamente à audição dos Bastonários na sequência dos relatórios de atividades foi incluído" na altura da revisão dos estatutos das Ordens, começou por explicar o Bastonário.
Numa altura em que está a terminar o segundo e último mandato como Bastonário, Francisco Miranda Rodrigues afirmou "o esforço feito pela OPP focado no interesse geral dos destinatários dos serviços". "Procurámos também contribuir para uma maior literacia relativamente aos temas que se possam relacionar com a psicologia. Fizemo-lo na área da saúde mental, mas fizemos muito além disso", explicou, dando como exemplo as dezenas de documentos lançados para a população e os vários protocolos assinados.
A necessidade dos psicólogos nos serviços públicos foi ainda um dos temas abordados pelo Bastonário na audiência. "Se os psicólogos não estiverem presentes em serviços públicos há uma fatia larga da população, mais de 50%, que não consegue ter acesso aos seus serviços".
A deputada social-democrata Isabel Fernandes quis prestar homenagem ao que tem sido "um trabalho de muita seriedade da Ordem". "Parece-me que os psicólogos e a Ordem dos Psicólogos têm sido um verdadeiro parceiro na construção da importância da saúde mental e do valorizar a saúde mental em Portugal".
Pelo Partido Socialista, a deputada Sofia Andrade destacou "o importante contributo dos psicólogos para a comunidade, reconhecendo o trabalho que realizam em prol de uma sociedade mais justa, mais coesa e mais sustentável socialmente".
Já a deputada do Chega Marta Silva frisou que o relatório de atividades da OPP "reflete um trabalho muito sério e empenhado na defesa da profissão e da saúde mental em Portugal".
"O relatório mostra a nova centralidade da psicologia nas sociedades atuais", afirmou, por fim, a deputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, que questionou a posição da Ordem face à valorização da profissão nos serviços públicos.
"Foram dados alguns pequenos passos. Foi permitida a vinculação dos psicólogos nas escolas em grande medida, se for cumprido o prometido. Relativamente à saúde e ao setor social há um problema que fica para o futuro. Daqui a uns anos não vamos ter psicólogos disponíveis para trabalhar nestas áreas porque não há alterações nas suas condições há muitos anos", respondeu o Bastonário, alertando para o que considera ser "um problema grave".
Em relação ao SNS recorda que "andamos a correr atrás do prejuízo (...) Estamos a fazer o esforço para a duplicação dos psicólogos nos centros de saúde. Isso será bom, mas é bom não esquecermos de onde partimos. Partimos muito lá atrás. É preciso mais".
Pode ver a audiência completa aqui.