Miguel Ricou, Presidente do Conselho de Especialidade de Psicologia Clínica e da Saúde começou por "agradecer a colaboração de todos na revisão dos protocolos, e na flexibilidade demonstrada nos processos de adequação ao atual regulamento das especialidades." No final, lançou o debate afirmando que "a IA vai desafiar a capacidade de adaptação das pessoas em geral e dos profissionais em particular, pelo que é importante uma reflexão conjunta sobre o tema que deve incluir todas as associações e sociedades de psicoterapia".
Miguel Gonçalves, Coordenador do Fórum Nacional de Psicologia, destacou a importância de uma reflexão sobre a IA num contexto de investigação da eficácia da prática clínica. Usando dados internacionais destacou que apesar da psicoterapia funcionar de um modo equivalente à maioria dos tratamentos médicos, que em média uma em cada cinco pessoas desiste do tratamento e entre metade a um terço não beneficia do mesmo. Um outro dado interessante é que quando comparamos o impacto dos tipos de tratamentos com evidência empírica, relativamente ao impacto dos profissionais, estes últimos têm um impacto que pode ser em média cinco vezes superior ao tipo de tratamento usado. Por isso o treino dos terapeutas é central nos resultados obtidos com os utentes de psicoterapia. Um aspeto inquietante é que todos os dados a que se referiu são internacionais, havendo uma escassez de dados sobre a prática da psicoterapia em contexto naturalista em Portugal. Após a apresentação destes e outros dados, partilhou a expectativa e a disponibilidade para uma maior cooperação entre a academia, a OPP e as Sociedades e Associações presentes, de forma a que se possa contribuir para um aprofundamento do conhecimento sobre o exercício da psicoterapia em Portugal, estudando a sua eficácia e o seu custo-benefício.
A Bastonária Sofia Ramalho acolheu com as boas-vindas a sessão solene "Hoje celebramos mais do que assinaturas formais: procuramos uma visão partilhada para a intervenção psicoterapêutica em Portugal — uma visão assente na qualidade e no rigor". Sofia Ramalho afirma ainda ser necessário continuar a desenvolver esforços para que a Psicologia em Portugal tenha cada vez mais evidência científica para garantir a qualidade e a acessibilidade das intervenções. É neste sentido que deixa o repto: "gostava que víssemos este novo começo como um novo momento de diálogo. Há um trabalho para fazermos em conjunto e um caminho que se pretende de convergência e de construção."
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Informações complementares:
> Saiba quem são as Sociedades e Associações de Psicoterapia protocoladas com a OPP aqui.
> O que é Psicoterapia: assistir a vídeo.
> Documento Perguntas e Respostas sobre Psicoterapia
> Campanha Ciência com Evidência aqui.