Neste Encontro propomo-nos refletir, a partir da nossa prática clínica, a sua (in)suportabilidade, através do pensamento sobre três casos (des)alinhados em que, juntamente com os comentadores de cada caso, poderemos pensar sobre a experiência mental, e os diferentes territórios do seu funcionamento.
Há questões que nos inquietam e para as quais procuramos alguma suportabilidade:
- O que é mais (in)suportável para nós na clínica? A violência do outro? A nossa violência interna revisitada? Sermos usados como bodes expiatórios para validar a violência do outro?
- Como conseguimos estar, escutar o lado insuportável do outro?
- Qual o impacto da nossa frustração, enquanto clínicos, na qualidade da intervenção e na escuta analítica?
- Quais os efeitos da personalidade do terapeuta/paciente na prática da clínica intensiva? Na sua capacidade de suportar?
- Conheceremos a dor mais dolorosa para nós? De que lado está a insuportabilidade: no não conseguir pensar ou no não conseguir sentir? É o não sentido o insuportável? O que é insuportável é do campo dos sentidos ou da razão?
- A insuportabilidade está na teoria que se impõe ou na ausência desta? As teorias têm conseguido suportar a insuportabilidade da clínica? Que autores pensaram sobre isto?
- O que fazemos, enquanto clínicos, quando a experiência emocional do outro está fora da nossa vivência emocional? Conseguimos ajudá-lo?
- Como pensa a AP sobre estas (e outras) questões?
Para que este desafio possa ter a contribuição de todos, lançamos também a possibilidade de candidaturas para a apresentação de posters alusivos ao tema que, no futuro, possam ser transformados em artigos científicos com o objetivo de poderem ser publicados na revista da AP.
Iremos também preparar a chegada deste Encontro com um novo formato: a articulação com a área de formação da AP, através da constituição de quatro grupos de estudo compostos pelos formandos dos quatro anos de formação da nossa Associação que queiram participar, e que terão também um carácter interventivo ao longo dos debates do Encontro.
Ainda neste Encontro, esperamos proporcionar alguns momentos de (in)suportabilidade artística.
Contamos com todos, e com a vossa (in)suportabilidade, para refletirmos sobre a prática clínica e assim dar o nosso contributo para a teoria.