«Foi muito importante poder perceber o trabalho fantástico de duas psicólogas que, agora particularmente em tempo de pandemia, reforçaram consideravelmente o trabalho realizado», afirmou o Bastonário Francisco Miranda Rodrigues.
A unidade de Psicologia do Hospital Santa Maria Maior funciona autonomamente desde 2000 e é gratificante verificar como desta forma é possível que a psicologia se articule e dê resposta a um trabalho multidisciplinar com todas as outras especialidades dentro do hospital, ajustando-se sempre ao interesse das populações. Em 2021, as consultas subsequentes de psicologia naquele hospital duplicaram em relação aos anos anteriores.
Acompanhado pela Vice-Presidente Renata Benavente e pela vogal da direcção Alexandra Antunes, o Bastonário foi recebido pelo Presidente do Conselho de Administração Joaquim Barbosa, pela diretora clínica Marta Gomes e pelas psicólogas Daniela Simões e Raquel Rio Novo, que compõem a unidade funcional de psicologia.
«As duas psicólogas conseguiram dar ainda mais resposta às necessidades crescentes que a população tem demonstrado no que toca aos serviços de psicologia. Conseguem com isso fazer com que os tempos de resposta, nomeadamente para as primeiras sessões, sejam relativamente reduzidos para aquilo que é o contexto português».
O tempo de respostas para a primeira consulta neste serviço é inferior a um mês. Contudo, a grande frustração sentida pelas duas psicólogas é a falta de recursos humanos que não lhes permite dar a resposta desejada aos utentes admitidos.
«A População beneficiaria com a contratação de mais profissionais»
O Bastonário da OPP sublinhou também a falta de mais psicólogos, que é uma necessidade presente nos centros de saúde e hospitais um pouco por todo o país. «A população beneficiaria muito se houvesse possibilidade de contratação de profissionais de modo a também poderem dar ainda mais respostas e mais atempadas para a continuidade desse acompanhamento tão importante para as pessoas», frisou Francisco Miranda Rodrigues.
Esta devia ser uma realidade já a funcionar em todo o País, mas mais de três anos depois do despacho do governo que determina a autonomia dos serviços de psicologia, ainda nem todas as unidades de saúde do SNS cumprem.
A criação de serviços de psicologia autónomos foi determinada em 2017 num despacho do então Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Manuel Ferreira Araújo (despacho n.º 11347/2017). Este modelo organizativo gere e evita o conflito de interesses em relação a outros serviços e departamentos. Garante ainda uma distribuição e utilização equitativa e racional dos recursos de psicologia pelos diferentes domínios de intervenção, de acordo com as necessidades e direitos dos cidadãos.