"É importante olhar para o futuro do trabalho e para este trabalho sobre o futuro do trabalho acentuando algumas coisas que aqui vêm, mas também dando nota de algumas que talvez não sejam tão explicitas e possam ser ainda trabalhadas", afirmou Francisco Miranda Rodrigues.
O bastonário destacou duas perspetivas que devem ser tidas em conta: o desenvolvimento de competências facilitadoras (como a importância do trabalho em equipa, da expressão emocional e da comunicação interpessoal) e a intervenção na promoção direta da saúde mental nos locais de trabalho e as questões associadas à prevenção dos riscos psicossociais de uma forma mais geral.
"É, de uma vez por todas, necessário que a gestão incorpore estas dimensões e passe a avaliar os riscos psicossociais de forma regular, que passe a intervir com planos de prevenção de forma a acautelar os impactos destas realidades e que haja uma legislação que possa acompanhar naquilo que seja estritamente essencial", afirmou Francisco Miranda rodrigues
Bastonário da OPP alerta para custos da não avaliação dos riscos psicossociais
O bastonário destacou ainda que os custos "são tremendos" e que os impactos das práticas de gestão que têm a ver com a dimensão de problemas psicológicos, stress, falta de saúde nos locais de trabalho devem ter uma intervenção urgente.
Francisco Miranda Rodrigues sublinhou a importância de se trazer a evidência científica da psicologia para a área do trabalho.
"É importante que três vetores comecem a ser tidos em conta: autonomia, reconhecimento e valorização das competências e no seu desenvolvimento permanente e em relações significativas no trabalho e com o trabalho. Estas questões são essenciais para a motivação, para a prevenção, para a promoção do bem-estar e saúde mental no trabalho, para a sustentabilidade do trabalho no futuro", frisou.
O bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses participou na mesa-redonda sobre "Velhos e Novos desafios" na sessão de apresentação do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho.